quinta-feira, 7 de março de 2013

Isso Não é Um Adeus...



Seus olhos vidrados me observavam como se buscassem em mim um por que.
Sua pele é pálida como a neve, em contraponto ao vestido negro de rendas finas e minúsculas, que descem por toda a extensão da vestimenta. Ali, deitada, imóvel, já não se atem mais as questões existencialistas que sempre a assombraram. Mal posso me recordar agora de nossas derradeiras palavras, mas o pedido incessante que ela repetia a cada frase ainda ecoa tamborilante em meus pensamentos. Eu como seu amado, não fui capaz de recusar, diante de tanta desilusão. Mas agora seus olhos parecem me convidar. Sua beleza tétrica, agora eternizada, faz-me querer beija-la. Os lábios gelados, já não me inflam com o sopro quente que vinha de dento de seu ser. Não há mais a dor, não há mais o desespero e a espera interminável pelo pior. Apenas o silencio. Somente para mim as horas correm agora, ainda que eu me sinta preso em alguma espécie de lapso temporal.
Isso não é um adeus...
Isso não é nada além de um breve intervalo...
Não cruze a ponte sem mim...
Estou a caminho minha amada...
E assim, mais uma promessa se concretiza.



Por  Sebastian Strauss

Um comentário:

  1. La morbilidad de sus versos parecen familiares.
    He oído sus versos morboso y hermoso
    Parece extraño, pero no me sorprende.

    Realmente muy hermosos

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