Seus olhos vidrados me observavam como se buscassem em mim
um por que.
Sua pele é pálida como a neve, em contraponto ao vestido
negro de rendas finas e minúsculas, que descem por toda a extensão da
vestimenta. Ali, deitada, imóvel, já não se atem mais as questões existencialistas
que sempre a assombraram. Mal posso me recordar agora de nossas derradeiras
palavras, mas o pedido incessante que ela repetia a cada frase ainda ecoa
tamborilante em meus pensamentos. Eu como seu amado, não fui capaz de recusar,
diante de tanta desilusão. Mas agora seus olhos parecem me convidar. Sua beleza
tétrica, agora eternizada, faz-me querer beija-la. Os lábios gelados, já não me
inflam com o sopro quente que vinha de dento de seu ser. Não há mais a dor, não
há mais o desespero e a espera interminável pelo pior. Apenas o silencio. Somente
para mim as horas correm agora, ainda que eu me sinta preso em alguma espécie de
lapso temporal.
Isso não é um adeus...
Isso não é nada além de um breve intervalo...
Não cruze a ponte sem mim...
Estou a caminho minha amada...
E assim, mais uma promessa se concretiza.
Por Sebastian Strauss
La morbilidad de sus versos parecen familiares.
ResponderExcluirHe oído sus versos morboso y hermoso
Parece extraño, pero no me sorprende.
Realmente muy hermosos